Exposição Histórias da ecologia no Masp

Venha dançar – convidou a natureza gentilmente - Hulda Guzmán
Conteúdo
  1. Teia da vida: conexões e interações no mundo natural
  2. Geografias do tempo: temporalidade e regeneração
  3. Vir-a-ser: a relação entre humanos e mais-que-humanos
  4. Territórios, migrações e fronteiras: o impacto da crise climática
  5. Habitar o clima: experiências urbanas e rurais
  6. Informações práticas sobre a exposição no MASP

Entre os dias 4 de setembro de 2025 e 1 de fevereiro de 2026, o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP) se tornará o epicentro de uma reflexão profunda sobre a ecologia por meio da exposição Histórias da ecologia.

Com a curadoria de André Mesquita e Isabella Rjeille, essa mostra internacional promete um mergulho nas interações complexas entre os seres humanos e seu ambiente, reunindo mais de 200 obras de artistas e ativistas de 28 países, incluindo Colômbia, Islândia, Japão e Turquia.

A proposta da exposição é mais do que uma simples exibição de arte; é um convite à reflexão sobre a relação entre as sociedades humanas e o mundo natural.

Ao contrário de visões que separam a natureza da cultura, a curadoria busca evidenciar as interconexões entre diferentes comunidades e ecossistemas, abordando a crise climática sob uma ótica que valoriza o fator humano e as desigualdades sociais.

A exposição está dividida em cinco núcleos temáticos: Teia da vida; Geografias do tempo; Vir-a-ser; Territórios, Migrações e fronteiras; e Habitar o clima.

Teia da vida: conexões e interações no mundo natural

O primeiro núcleo, Teia da vida, explora a rica tapeçaria de inter-relações que existem entre diferentes seres vivos, destacando visões indígenas e disputas por poder e território.

A obra The Political Life of Plants (2021), do artista Zheng Bo, é um exemplo poderoso. O vídeo acompanha Bo em uma caminhada por uma floresta na Alemanha, onde ele dialoga com cientistas sobre a biodiversidade e a ecologia do solo, entrelaçando ciência e arte.

Além disso, o núcleo destaca a importância de considerar as percepções indígenas, que muitas vezes desafiam a visão ocidental da natureza como um recurso a ser explorado.

Essa visão holística é crucial para a preservação do meio ambiente e o entendimento das consequências das ações humanas.

Geografias do tempo: temporalidade e regeneração

No núcleo Geografias do tempo, as obras convidam a refletir sobre o tempo de maneiras distintas, apresentando visões de artistas de diferentes origens.

A obra Calendário (2024), de Aycoobo, oferece uma perspectiva indígena amazônica, revelando como a temporalidade está ligada às transformações naturais.

Em contraste, Ana Amorim, com sua obra Passage of Time Study (2018), utiliza um método íntimo para registrar a passagem do tempo em um contexto urbano, mostrando como diferentes ambientes moldam nossa percepção temporal.

  • Interpretações indígenas da temporalidade.
  • Abordagem processual da temporalidade urbana.
  • Transformações naturais versus tempo linear ocidental.

Vir-a-ser: a relação entre humanos e mais-que-humanos

O núcleo Vir-a-ser investiga as relações simbólicas e materiais entre humanos e outros seres. A artista Rosana Paulino, com sua série de desenhos Tentativas de criar asas, evoca a transformação e a liberdade, utilizando figuras femininas que simbolizam a luta contra estruturas opressoras.

Por outro lado, a série fotográfica Corpoflor de Castiel Vitorino Brasileiro desafia as categorias binárias de gênero, apresentando corporalidades que transcendem as normas sociais.

Essas obras questionam não apenas a definição do que significa ser humano, mas também como as interações entre espécies podem enriquecer nossas experiências e perspectivas de vida.

Territórios, migrações e fronteiras: o impacto da crise climática

O núcleo Territórios, migrações e fronteiras aborda as consequências dos deslocamentos forçados e dos fluxos migratórios, refletindo sobre as realidades de migrantes e refugiados.

A escultura Refugee Astronaut XI (2024), de Yinka Shonibare, representa astronautas nômades, simbolizando pessoas que vagam entre mundos devastados.

Utilizando tecidos com padrões africanos, Shonibare traz à tona a intersecção entre identidade cultural e crise ambiental.

  • Deslocamentos forçados e suas implicações sociais.
  • Representação de migrantes através da arte.
  • Impacto da crise climática nas comunidades vulneráveis.

Habitar o clima: experiências urbanas e rurais

Finalmente, o núcleo Habitar o clima sintetiza as questões levantadas nas seções anteriores, oferecendo uma visão abrangente sobre como artistas e coletivos estão respondendo às mudanças climáticas.

A instalação Descida da terra/trabalho das águas (2025) de Cristina T. Ribas aborda as enchentes devastadoras que atingiram o Rio Grande do Sul, utilizando um tecido translúcido que revela as transformações geográficas provocadas pelas águas.

A obra não apenas destaca o impacto das enchentes, mas também convida o público a refletir sobre as suas próprias experiências em relação ao clima e à natureza.

Informações práticas sobre a exposição no MASP

Para aqueles que desejam visitar a exposição, aqui estão algumas informações práticas:

  • Preço: até R$75,00
  • Datas: de 01 de setembro de 2025 a 01 de fevereiro de 2026
  • Horários:
    • Terças, das 10h às 20h (entrada até as 19h)
    • Quartas e quintas, das 10h às 18h (entrada até as 17h)
    • Sexas, das 10h às 21h (entrada gratuita das 18h às 20h30)
    • Sábados e domingos, das 10h às 18h (entrada até as 17h)
    • Fechado às segundas
  • Endereço: MASP - Edifício Pietro Maria Bardi, Avenida Paulista, 1578 – Bela Vista, Brasil

Thiago Barbosa

Entusiasta da arte e da cultura e de tudo o que São Paulo oferece.

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