36ª Bienal de São Paulo apresenta reflexão sobre a humanidade

Foto de instalação de Tanka Fonta exposta na 36ª Bienal de SP
Conteúdo
  1. O que é a Bienal de São Paulo?
  2. História e evolução da Bienal
  3. Edição 2025: temáticas e proposta
  4. Estrutura da Bienal: seis capítulos temáticos
  5. Programação pública e iniciativas paralelas
  6. Inovação tecnológica: o projeto Aparições
  7. Publicações e materiais educativos
  8. Reflexão e futuro da Bienal

Um dos eventos artísticos mais importantes do mundo, a Bienal de São Paulo chega a sua 36ª edição. Após um ano e meio de preparação, o evento entrega experiências artísticas que refletem sobre a condição humana num contexto global.

O programa público iniciou-se em novembro de 2024 com as Invocações, que aconteceram em quatro locais distintos: Marrakech, Guadalupe, Zanzibar e Tóquio, unindo artistas, poetas, músicos e ativistas para discutir temas cruciais como pertencimento, memória e tecnologia.

O que é a Bienal de São Paulo?

Uma plataforma internacional que propaga artes visuais e reúne artistas contemporâneos de diversos países, promovendo intercâmbios culturais e reflexões críticas.

Desde sua primeira edição em 1951, tem sido um espaço para a experimentação artística e a promoção de diálogos relevantes sobre a sociedade. A cada edição, o evento traz um tema central que orienta as obras e as discussões realizadas.

História e evolução da Bienal

Iniciada em 1951, a Bienal de São Paulo se destacou por ser uma das primeiras bienais do mundo, influenciando a forma como as artes visuais são apresentadas e apreciadas.

Ao longo dos anos, o evento evoluiu, incorporando novas linguagens e formatos, adaptando-se às mudanças sociais e tecnológicas. Cada edição é marcada por uma curadoria que reflete as inquietações do tempo presente.

Edição 2025: temáticas e proposta

Com o conceito curatorial de Bonaventure Soh Bejeng Ndikung, a 36ª edição é inspirada no poema “Da calma e do silêncio”, de Conceição Evaristo.

O foco desta bienal é a escuta ativa, o encontro e o respeito mútuo, propondo uma reflexão sobre como essas práticas podem ser fundamentais para a humanidade. A metáfora do estuário permeia a mostra, simbolizando um espaço de encontro e coexistência.

Estrutura da Bienal: seis capítulos temáticos

A exposição é dividida em seis capítulos, cada um explorando diferentes aspectos da experiência humana:

  • Frequências de chegadas e pertencimentos: Examina a relação do ser humano com a terra e a comunidade, refletindo sobre a origem da palavra “humano” e a conexão com o solo.
  • Gramáticas de insurgências: Aborda formas de resistência à desumanização, explorando arquivos coloniais e resgatando narrativas apagadas.
  • Sobre ritmos espaciais e narrações: Investiga os efeitos de deslocamentos e migrações, através de mapas e registros visuais.
  • Fluxos de cuidado e cosmologias plurais: Apresenta novas formas de cuidado que desafiam modelos coloniais, enfatizando a interdependência entre culturas.
  • Cadências de transformação: Reflete sobre a mudança como um processo constante, com obras que evoluem ao longo da exposição.
  • A intratável beleza do mundo: Celebra a beleza como ato de resistência, mostrando que o que é belo pode surgir do que é inacabado.

Programação pública e iniciativas paralelas

A programação pública, intitulada Conjugações, incluirá debates, performances e encontros que envolvem instituições de diversos continentes, promovendo um intercâmbio cultural profundo.

Entre as instituições parceiras estão a 32º East (Kampala), Africa Design School (Cotonou) e SAVVY Contemporary (Berlim), entre outras.

Inovação tecnológica: o projeto Aparições

Um dos destaques desta edição é o projeto Aparições, que utiliza tecnologia de realidade aumentada para expandir a experiência da Bienal.

Fragmentos das obras poderão ser acessados em locais específicos ao redor do mundo, criando uma conexão global entre o público e as obras exibidas. Essa abordagem inovadora não só democratiza o acesso à arte, mas também permite uma interação única com as obras.

Publicações e materiais educativos

O programa de publicações da 36ª Bienal de São Paulo é um dos mais ambiciosos da sua história, com quatro publicações educativas dedicadas a cada Invocação.

As publicações, que incluem catálogos e coletâneas de ensaios, são distribuídas gratuitamente no Brasil, visando educadores e professores. A disponibilidade internacional também é uma novidade, ampliando o alcance do conteúdo.

Reflexão e futuro da Bienal

A 36ª Bienal de São Paulo não é apenas uma exibição de arte; é uma travessia, um estuário onde vozes e memórias se encontram.

Ao longo da visita, o público é convidado a refletir sobre a humanidade como um verbo que se conjuga no plural, ressaltando a importância dos encontros e das novas formas de convivência.

A Bienal se estabelece como um espaço de transformação e resistência, onde cada obra e cada interação têm o potencial de gerar novos diálogos e compreensões.

Consulte a agenda completa de atividades no site da Bienal.

Quando: de 6/9 a 11/1/2026. Visitas às terças, quartas, quintas, sextas e domingos, das 10h às 18h (última entrada às 17h30), excepcionalmente aos sábado, das 10h às 19h (última entrada às 18h30).
Local: Parque Ibirapuera, Portão 3, Pavilhão Ciccillo Matarazzo. Endereço: Av. Pedro Álvares Cabral, sem número, São Paulo/SP.
Ingressos: gratuitos.
Classificação: livre.

Tati de Sá

Caminhante paulistana, que observa e trabalha com arte e cultura.

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